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Ferrovia e realidades

Ferrovia e realidades

14/06/2015 - 14:04

Ferrovia e realidades

Blairo Maggi, falando sobre a ferrovia Bioceânica, disse que ela não teria “viabilidade econômica e viabilidade técnica”, mas que não tiraria o “sonho” dos que defendem a obra. Ele defende o trecho ferroviário entre Campinorte, Lucas, Sapezal e Porto Velho que “tem carga e viabilidade econômica para ser feita hoje”. É a voz de um senador e de alguém que conhece o assunto de logística de transporte na região por causa da empresa da família, Amaggi. Mas, sei não, este é momento de estarmos remando na mesma direção e um comentário desses pode influenciar outros e até entidades a pensarem em outra direção. O comentário veio na sequência da viagem de três governadores e de membros da embaixada da China por Rondônia e MT. Depois ainda da fala do Taques de se criar um dia de junho em algo especial do relacionamento da China com MT. E de se ter até um escritório de MT naquele país. O Maggi talvez não tivesse essa intenção, mas a fala dele poderia provocar freio em iniciativas como aquelas e até diminuir o ímpeto regional sobre essa alternativa de comércio pelo Pacifico. O trecho citado pelo senador para uma ferrovia passa nos mesmos lugares do estado em que passaria a “ferrovia dos chineses” – Lucas e Sapezal e mais Porto Velho. Aquela ferrovia para Porto Velho deve, se imagina, atingir porto no Rio Madeira e daí por barcaça subir até Itacoatiara no Rio Amazonas. A Amaggi Navegação tem um complexo portuário enorme no Rio Madeira em Porto Velho e outro em Itacoatiara. Chegando ali se podem ter navios para qualquer lugar do mundo. Estive, como convidado, visitando esses dois complexos. É uma alternativa de transporte, mantida pela Hermasa, que tem que ser levada em conta, mas não custa nada tentar viabilizar a outra ferrovia também. A viabilidade econômica da Ferrovia do Pacifico estaria também no transporte de comida e fibras e ainda, melhor que o caso de Itacoatiara, trazer bens chineses para a América do Sul. Cargas em ambas as direções, portanto. Os engenheiros chineses estão na vanguarda de viabilidade técnica em ferrovias em lugares altos. Exemplo é a chamada “ferrovia mais alta do mundo” no Tibete, construída por eles. Têm 1.956 km de extensão, passagens em lugares de até 5.072 metros de altitude e estação a 5.068 metros. Tem ainda o túnel ferroviário mais longo do mundo com 4.905 km. A obra custou 3.68 bilhões de dólares e o trem corre a 120 km por hora. Os chineses estão ainda falando numa ferrovia para o Nepal, com um túnel, imaginem, embaixo do Monte Everest, para terminá-la até 2020. A Cordilheira dos Andes, a grande dificuldade na nossa ferrovia, seria café pequeno perto disso. O que deveríamos no momento é esperar o estudo de viabilidade técnica e vê se os chineses podem ou não construir uma ferrovia pelos Andes.

Alfredo da Mota Menezes
– email: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com

Fonte: alfredo da mota menezes

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