Brasil e União Europeia
16/06/2015 - 08:23
Brasil e União Europeia
Dilma Rousseff esteve em Bruxelas, Bélgica, no encontro da Celac ou Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos com a direção da União Europeia que tem sede ali. Em janeiro, a mesma Celac esteve reunida em Pequim com o governo chinês. É a região na busca de opções de comércio. Uma dessas é se ligar a blocos econômicos, como a União Europeia, para se criar uma área de livre comércio. O Brasil está quase isolado nesse contexto, a única alternativa é o Mercosul. Mas surgiu algo diferente nessa viagem. Kátia Abreu, Ministra da Agricultura, que viajou com a presidente, em entrevista, disse que o Mercosul estaria pronto para um acordo com a União Europeia. A presidente confirmou e disse que até o fim de julho seria apresentada uma proposta. Seria o maior ato externo e de comércio de todo o período da Dilma na presidência. O governo dela pode até não gozar dos benefícios dessa ação porque os resultados são de longo prazo, mas ela abriria um boqueirão para aumentar comércio com a maioria dos países europeus. O que amarrava (e ainda amarra) fechar o acordo é a Argentina. No Mercosul, para se ir para uma integração com outros países integrados, o grupo sul americano tem que ir junto. Mas, lá em Bruxelas, gentes do governo brasileiro disseram, pela primeira vez, que topam se integrar com o bloco europeu mesmo sem a Argentina (o Uruguai também iria). Uma economia do tamanho da do Brasil não pode ficar preso só no Mercosul. Uma integração econômica se faz aos poucos. Num primeiro momento se vê quais produtos dos dois lados podem ter tarifas zeradas. Outros bens podem reduzir somente um percentual da tarifa, lá na frente diminui mais. Tem produto, como foi o petróleo no caso do México para a integração com os EUA, que nem entrou na pauta de abertura ou não. Com isso tudo a Argentina ainda está com o breque de mão puxado e aborrecendo todo mundo com seu receio. Estão avançadas as conversações entre a União Europeia e os EUA para se criar a maior área de livre comércio do planeta. É a Europa e os EUA procurando meios para enfrentar o gigante chinês que cada dia mais se espalha pelo mundo. Com os EUA e União Europeia integrados também o Mercosul (ou só o Brasil e o Uruguai) estariam, em tese, integrados com os norte americanos. O que a esquerda temia ou ainda teme pode ocorrer. Lula foi antes contra esse caminho. A aproximação do governo Dilma com a União Europeia, que poderia trazer junto os EUA, mataria a ação anterior do seu mentor politico. O momento é que faz acontecer e não o líder. E o momento pede integração econômica mais arrojada.
Alfredo da Mota Menezes
– email: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
Fonte: alfredo da mota menezes
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