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Mani Pulite

Mani Pulite

25/06/2015 - 10:21

Mani Pulite

Na Itália ocorreu a chamada Mani Pulite ou Operação Mãos Limpas na década de 1990. Já vinha uma tentativa de limpeza no país desde a década de 1980 com o ataque da Justiça à Máfia siciliana. Na outra década atacaram o conluio entre grandes empresas, partidos políticos e obras do governo. A Operação Mãos Limpas expediu quase 3.000 mandatos de prisão, mais de 6.000 pessoas investigadas, sendo 872 empresários, 1.978 agentes públicos em diferentes esferas administrativas e ainda 438 políticos. Incluindo quatro ex-primeiros-ministros, entre eles os famosos Giulio Andreote e Betino Craxi. Partidos que dominavam a cena política do país, como a Democracia Cristã e o Partido Socialista, desapareceram da política. Seria como se o PT e o PSDB fossem varridos da política brasileira. Descobriu-se, como no Brasil, que a estatal de petróleo financiava partidos políticos por décadas. Um presidente da companhia foi preso e suicidou, como suicidaram alguns empresários presos. Lá, como aqui, começou com uma delação premiada que levou a outras tantas. Quebrou aquela espécie de omerta ou lei do silêncio entre os políticos. As cadeias encheram. Dois fatos, um econômico e outro político, aconteceram depois daquela gigante operação de combate a corrupção na Itália. O valor médio das obras públicas caiu, o que mostra que havia enorme superfaturamento. O outro foi que, com a destruição dos partidos tradicionais, apareceu um outsider na política que foi um desastre: Silvio Berlusconi. O que ocorreu na Itália lembra a Operação Lava-Jato no Brasil e que atinge principalmente o PT. A diferença é que pegaram vários partidos por corrupção na Itália, aqui se for só o PT talvez não se faça a assepsia que fizeram lá. Outros partidos, bastante citados na Lava-Jato, não estão sofrendo o que o PT está sofrendo. A fala gravada do ex-presidente Lula a um grupo de padres, mais o que disse num encontro em São Paulo, em que esteve presente o ex-primeiro ministro espanhol, Felipe Gonzalez do PSOE, mostra o momento complicado do PT. Ele falou também de uma pesquisa feita em São Bernardo, berço do PT, em que o partido e a presidente ali têm 75% de rejeição. No mesmo momento que o Datafolha mostrou que o governo Dilma tem a desaprovação de 65% dos brasileiros. Ainda houve a prisão dos maiores empreiteiros de obras públicas do país que usavam a Petrobras para tramoias. Se esses empresários fizerem delação do que presenciaram a coisa pode se aproximar mais ainda daquilo que houve na Itália. Nesse incômodo momento para o PT, uma espécie de Mani Pulite está em andamento no Brasil. Não esquecer que o juiz Sergio Moro já publicou artigo em revista acadêmica sobre toda aquela operação na Itália. É um expert no assunto, portanto.

Alfredo da Mota Menezes
Contato: e-mail: pox@terra.com.br ou pelo site: www.alfredomenezes.com

Fonte: alfredo da mota menezes

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