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Benefícios da atual crise

Benefícios da atual crise

17/08/2016 - 13:09

     O historiador inglês, Arnold Toynbee, criou a tese da resposta ao desafio, aquela em que gentes e países crescem ou não se respondem aos diferentes desafios. Talvez possa ser acrescentado que crises ajudam a encontrar caminhos.

     O Brasil vive uma crise ética, política e econômica ao mesmo tempo. Nunca houve essa combinação antes em sua história. Aceitando a tese da resposta ao desafio, o Brasil poderia tirar benefícios do atual momento? Estão aparecendo sinalizações nessa direção. Algumas delas.

     Deve ser aprovado um teto para os gastos públicos da União e até dos estados. O aumento dos gastos será pela inflação do ano anterior. Entre 1997 e 2015 os gastos públicos saltaram de 14% do PIB para 19% e do jeito que vai pode chegar a 21% em alguns anos. Entre 103 países analisados, o Brasil ocupa a 13ª posição como o mais gastador.

     Seria muito fácil administrar um país se a saída fosse o poder público gastar sempre mais. Não tem país que aguenta isso. Vai sempre aparecer problemas econômicos novos e as consequências caem na cacunda dos mais pobres.

     Como o governo federal não tem tanto dinheiro emite títulos e paga juros altos. Tira dinheiro de quem necessita. Agrava a situação dos mais pobres em saúde e educação, por exemplo. Também, como o dinheiro é curto, o governo não investe em infraestrutura. Atrapalha a competitividade do país, vende-se menos e se tem menos empregos. Um teto para os gastos é uma medida positiva.

     Outra medida interessante transitando no Congresso é aquela que pretende criar um seguro para obras públicas. Coisa que já existe nos EUA desde 1895. Cada obra teria uma companhia de seguro para garanti-la. A seguradora vai querer que a obra seja bem executada senão terá que pagar as consequências.

     Os empreiteiros estão chiando, falam que o custo da obra cresceria. Pode pagar essa diferença que o país ganha no final. Fica mais barato pagar do que receber as obras que o poder público recebe hoje.

     As dez medidas contra a corrupção é outra proposta em andamento no Congresso. São aquelas criadas pelo MPF que teve o aval de dois milhões de assinaturas. Medidas para impedir protelação nos processos para que prescrevam. Medidas para ir atrás de dinheiro surripiado. Para ir atrás também da riqueza aparente. Fulano ganha tanto por mês e tem uma vida de nababo, de onde veio esse dinheiro?

     Paralelo a isso, o STF aprovou por sete votos a quatro que alguém condenado em segunda instância pode ir para a cadeia. Em qualquer condenação, não somente em corrupção. Se mantida a decisão não daria mais para ficar empurrando o processo até prescrevê-lo.

     Teto do gasto público, seguro para obras e medidas anticorrupção, se aprovadas, já seria um grande benefício trazido pela crise que o país atravessa. Uma resposta ao desafio do momento.

Fonte: Alfredo da Mota Menezes e-mail: póx@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com

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