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Enem e outras conversas

Enem e outras conversas

10/10/2016 - 09:11

     O Exame Nacional do Ensino Médio, Enem, apareceu no governo FHC. No do Lula, o Enem, além de servir para estudantes entrarem em universidades, passou a balizar também bolsas através do Prouni, financiamentos pelo Fies e até para o Ciência Sem Fronteiras.

     Poucos dias atrás saiu os resultados do Enem 2015. Quase 15 mil escolas do ensino médio e cerca de 1.2 milhões de estudantes foram analisadas. Redação, matemática, ciências humanas e da natureza fazem parte do teste nacional. Houve pequenas melhoras, mas continuamos a capengar nessa área do ensino. Também ficou evidente, mais uma vez, a distância entre escolas privadas e públicas.

     Das 100 melhores do país, 97 são particulares. Piorou até, no ano passado 10 escolas públicas ficaram entre as 100 melhores. Em MT foram analisadas 295 escolas. Entre as 100 melhores, 86 são particulares e 14 públicas. Duas escolas tradicionais ficaram em posições desconfortáveis, a Médici em 127 e o Liceu Cuiabano em 131.

     Não tem nenhuma escola do estado entre as 100 melhores do país. E não é dizer que isso é privilégio do Centro Sul. Escolas do Piauí e do Ceará aparecem entre aquelas melhores.

     MT teve cinco escolas entre as 1000 melhores do Brasil. A primeira a aparecer é uma particular na posição 519. A primeira pública foi na posição 6.300. Em Jangada teve uma escola pública que ficou entre as 50 piores do Brasil. Seria interessante um trabalho acadêmico para saber como e por que uma escola chega a essa posição. Sabendo isso talvez desse para recuperá-la ao longo de alguns anos.

     O resultado do Enem provocou discussão nacional. Uma delas foi sobre a reforma que o MEC quer fazer nesse setor do ensino. Aquela que, através de Medida Provisória, propõe flexibilizar o currículo. Acredita-se que o novo resultado do Enem ajude os defensores da mudança curricular.

     O Enem mostra também a existência de dois brasis desde a educação escolar. Quem tem algum recurso coloca os filhos na pré-escola particular. O filho das pessoas mais pobres quase não tem esse acesso. No primeiro grau quem tem dinheiro coloca seus filhos também em escolas particulares. Os mais pobres vão para a escola pública.

     Para não encompridar conversa, na hora de ir para as universidades públicas, que são melhores, quem estudou em escola particular leva vantagem. O mais pobre vai tomar empréstimo do Fies para estudar. Se não fosse o sistema de cotas a diferença seria ainda maior.

     A escola pública precisaria de mais pressão dos pais para que melhorasse um pouco. Mas, vejam só, pesquisa recente em Cuiabá mostrou que apenas 7% da população colocou a educação em suas preocupações. Daí porque a classe política não liga muito para isso. Não dá votos.

     Mas e se os filhos dos políticos fossem obrigados a estudarem em escolas públicas? Elas talvez melhorassem, não?

Fonte: Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com

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