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João Santana e a esquerda regional

João Santana e a esquerda regional

16/01/2017 - 11:12

     A Odebrecht, em acordo de leniência nos EUA e na Suíça, deu detalhes da distribuição de propinas na América Latina, com atuação destacada em países com governos de esquerda. Ajudou, com auxílio do excelente marqueteiro João Santana, a levar ou manter no poder gentes da esquerda regional em diferentes países.

     A corrupção da Odebrecht é considerada no exterior o maior caso de corrupção do mundo. A Odebrecht pagou bilhões de dólares em acordos no Brasil e nos países latino americanos pelo seu mal feito hemisférico. Não há o que contestar: ela confessou a corrupção. E praticamente tudo foi com dinheiro do BNDES ou do povo brasileiro.

     Ela distribuiu 788 milhões de dólares em propinas em onze países, incluindo alguns da África. Fiquemos na América Latina. Na Argentina pagou-se 35 milhões de dólares de corrupção, Peru, 29 milhões, Equador 33.5 milhões, Colômbia, 11 milhões, Venezuela, 98 milhões, Panamá, 59 milhões e República Dominicana, 92 milhões. A maior parte da corrupção, claro, foi no Brasil.

     Na esteira dessa distribuição de propina para a região entrou o João Santana. Sua empresa de propaganda chama Polis. Ele criou braços da Polis na Argentina, Panamá, El Salvador e República Dominicana para fazer campanhas eleitorais em toda a região. E ele só fez campanhas para os candidatos de esquerda. O dinheiro que ganhou, como disse ele e sua esposa, Mônica, saiu também da Odebrecht. Em delação, a Odebrecht confirmou isso. O capital financiou a esquerda e a usou para acumular mais capital ainda.

     Entre 2003 e 2007, João Santana fez campanhas para o legislativo e governos de estados de candidatos da esquerda na Argentina. Em 2009 elegeu Mauricio Funes em El Salvador para presidente. Ele é casado com uma brasileira, Vanda Pignato, antiga militante do PT. Outro da esquerda eleito com o trabalho do marqueteiro baiano foi o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, em 2012.

     Elegeu também Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela. Explorava o sentimento patriótico e o nacionalismo. Na eleição de Maduro, depois da morte de Chávez, usou o mote de que “ele nasceria novamente”. Um craque, não?

     O Panamá foi o único lugar que ele não conseguiu eleger o candidato da esquerda. Talvez porque ali é forte o sistema bancário, é um paraíso fiscal. É também onde os EUA têm interesses por causa do Canal do Panamá e onde está a Escola das Américas. Lugar que os norte-americanos treinavam ou treinam os militares latino-americanos.

     Daria uma tese de doutorado saber o que fez e como fez o João Santana para eleger gentes da esquerda regional. Quais temas foram usados, se tem ligações com as coisas somente do local ou regional? Em El Salvador a música tema foi aquela de Martinho da Vila, Canta Canta Minha Gente. Empolgou a nação.

     Seria interessante saber também porque João Santana não fez campanha para dois outros governos de esquerda da região: Rafael Correa do Equador e Evo Morales da Bolívia.

Fonte: Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com

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