Será que dá para falar que o governo Pedro Taques terá mais vantagens que desvantagens pela celeuma em torno do RGA? Greve desgasta, perdem-se votos entre funcionários e seus familiares, mas alguns fatos sugerem ganhos em outras áreas. Por partes.
Conversas estavam em andamento sobre um pacto entre governo, instituições e iniciativa privada para esse momento econômico complicado aqui e fora. O impasse e o alvoroço com a paralização dos funcionários públicos acelerou aquelas conversas.
O agronegócio, como primeiro exemplo, concordou com o Fethab 2 ou dobrado, não houve nem a discussão ampla com a base em nove regiões do estado, como estava programado. Vai entrar mais dinheiro para o governo para investimentos. Os poderes e mais o TCE e MPE, seja com diminuição de duodécimo ou de não receberem pelo excesso de arrecadação, ajudariam nas contas estaduais também.
O governo conseguiu, em reuniões específicas, apoio do empresariado em defesa do equilíbrio fiscal e da contenção dos gastos públicos com salários.
O TCE fala em retomar os estudos sobre e Lei de Eficiência Pública. Aquela que previa colocar o estado dentro de um orçamento real. Se vier a LEP seria outro ganho.
A Assembleia Legislativa quer discutir com mais profundidade o orçamento estadual para o ano que vem. Fala-se em ir até dezembro, se necessário. Criar um orçamento correto, não uma ficção. Colocar o estado dentro do orçamento e não arrumá-lo a marretadas, como se costuma dizer. Nesse orçamento deve está incluído o RGA do ano que vem também. Outro filhote do momento.
No lado político se podem ter outros ganhos. Não estava firme a base de apoio ao governo na Assembleia Legislativa. Com as votações em torno do RGA emergiu um grupo de deputados que, imagina-se, fica com o governo de agora para frente.
Emanuel Pinheiro, representando uma oposição na Assembleia, surgia como candidato viável para disputar a presidência da casa. Agora se acredita que o grupo deve ir unido para eleger alguém que pertença ao bloco formado.
Outro dado da política é que o governador passou a ouvir mais gentes da política, com votos ou não. Começa a criar um grupo politico próprio. Coisa que não estava claro até agora. Na eleição para prefeitos e vereadores este grupo deve ser mais formatado já de olho na eleição de 2018.
Há também uma abertura maior do governo para a imprensa e o marketing. Quem sabe ainda a Caravana da Transformação surgiu como mais uma consequência do quente debate sobre o RGA.
Tudo podia está sendo encaminhado, até sairia mais à frente, mas talvez possa ser dito que o rumo que tomou o caso do RGA tenha ajudado a acelerar tudo aquilo. Os sindicalistas e a oposição, sem querer, talvez tenham ajudado o governo em outras direções. Destrancaram portas novas e diferentes.
Fonte: Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com
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