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Modismos imobiliários

Modismos imobiliários

21/09/2015 - 10:54

Modismos imobiliários

Ouvi outro dia uma conversa interessante sobre imóveis da classe média em Cuiabá. Dois da roda eram da construção civil. Falavam do boom imobiliário dos últimos anos e contaram uma história do por que isso aconteceu. O setor imobiliário criou o motivo para fazer a classe média ir para apartamentos, abandonando casas em bairros conhecidos. O argumento, que fez a classe média deixar suas casas, foi a segurança. Cuiabá não tinha ainda tanto problema nessa área. Mas, naquele momento, se falava muito nos problemas de segurança do Rio de Janeiro. As televisões, no governo Leonel Brizola, desnudavam o lado selvagem do Rio. Imagens de arrastões nas praias, tiroteio nos morros, deram os argumentos que se precisava para fazer com que a classe média daqui comprasse apartamento por motivo de segurança. Disseram ainda que fizeram antes “a classe média subir para apartamentos e depois a fizemos descer para os condomínios horizontais”. Pilheriam que é fácil vender para a classe média. É só criar um novo modismo. Inventar que o importante do momento é aquilo e ela embarca achando que faz parte de algo especial. Antes era a segurança, agora inventaram uma espécie de paraíso para a família nos condomínios horizontais. O sonho se completa com um caso contado por um deles. Alguém passou num concurso público. Juntou dinheiro, sem gastar com quase nada, nem diversão, para comprar um lote num condomínio horizontal e que, a partir dali, não queria mais nada na vida. Serviço público e condomínio fechado era o sonho dele. Os caras contaram casos e mais casos dos condomínios horizontais. Que tem lugar que os que moram tem bom relacionamento. Mas tem casos em que filhos e pais não se entendem com outros que moram ali. Passa a ser um martírio morar perto por décadas de quem não se tem um mínimo de entendimento. Que tem muitos casos de pessoas que abandonam os condomínios, mudam para outro lugar por não querer morar perto de quem não gostam. Seus filhos teriam que conviver numa vizinhança incômoda por muitos anos. Falaram também que quem gosta, por exemplo, de um happy hour o condomínio horizontal não seria uma boa alternativa. Perto da casa não se tem lugares para esses encontros e tomar tragos longe pode ser complicado pegar a estrada para ir para um condomínio afastado. Já arrumaram uma nova atração para o classe média mais pobre. Um prédio com seis ou mais apartamentos por andar e grande área de lazer. Para que ele, ao invés de gastar o pouco dinheiro num bar ou no hot-dog da esquina, use o espaço do condomínio. O lugar vira um empurra-empurra danado, disse um. Não sou da área e só ouvia, mas levantei um argumento que concordaram. Nas cidades norte-americanas não se tem tantos prédios de apartamentos e nem tantos condomínios horizontais. E lá, como cá, tem cidades com altos índices de violência, mas todo mundo mora normalmente em casas. Aqui a classe média obedece a cada modismo criado pelas imobiliárias.

Alfredo da Mota Menezes
e-mail: pox@terra.com.br
site: www.alfredomenezes.com

Fonte: alfredo da mota menezes

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