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Ganhos de MT no regime militar

Ganhos de MT no regime militar

11/02/2021 - 12:31

     O 9º. BEC, que chegou em 1971, deve sair de Cuiabá para Sinop. Esse batalhão de engenharia e construção teve participação na abertura de estradas em Mato Grosso, principalmente para o Nortão. Coronel Meireles, que chegou até à prefeitura da capital, foi um dos comandantes.

            Pego o gancho da vinda dessa corporação para criar a hipótese de que, proporcionalmente, o estado no Brasil que mais ganhou com o regime militar foi MT. Nada de defesa da ditadura. Do regime que amordaçou o Congresso, o Judiciário e a imprensa. Que prendeu e torturou gentes e criou o feio AI-5. Nada por aí, o viés é outro.

             MT, principalmente esta parte do estado, não tinha asfalto nenhum. Inicia-se o asfalto rumo a Rondonópolis, daí a Brasília e também Campo Grande. Surgiu a BR-070 que deu força àquela parte do cerrado. E, claro, para o Nortão na rodovia 163.

             Com dinheiro federal ou empréstimos, o estado começou a asfaltar lugares como a grande Cáceres e o sul ao redor de Roo. Até a cidade de Cuiabá começou a ter mais ruas asfaltadas.

            Outro fato daquele momento, mais importante que asfalto, foi a vinda de milhares de pessoas do sul do país para o estado, principalmente do Paraná e Rio Grande do Sul e que traziam conhecimentos na área agrícola.

            Havia motivo concreto e preocupante para que os donos do poder tomassem essa iniciativa.  O sul do país estava em efervescência política e social. Com crescimento populacional e pouca terra crescia o mau humor da gente dali.

            Um caso para exemplificar. Uma família gaúcha tinha pequena porção de terra. Com o passar dos anos, com muitos filhos, aquela propriedade não era suficiente para manter nem a família. Precisava-se de mais terras num lugar que não havia mais.

            Poderia haver uma explosão social a qualquer momento, aliás, já havia algumas em diferentes lugares, como em Porecatu e Capanema no Paraná. Dois presidentes do regime, Médici e Geisel, eram do RGS. Sabiam do problema populacional e a pressão por mais terra.

            Para diminuir essa crescente insatisfação social, o regime vai facilitar a vinda de milhares de pessoas do sul para MT.  Tiravam o problema da pressão demográfica e terra e traziam gentes para um vazio demográfico e com muita terra que era o norte de MT e o sul do Pará.

            Foram criados programas para ajudar nessa “conquista’, como o Polocentro. Por estar na Amazônia legal apareceram outras formas de trazer dinheiro como aquela de cobrar menos imposto de renda de grandes empresas que investissem por aqui.

            Juntando tudo, mais as descobertas da ciência de cultivares adaptados ao solo da região, ao longo do tempo, ajudaria a mudar a produção econômica do estado. Hoje MT é o que é na produção agrícola nacional.  Também houve modificação social e populacional.

           Por isso dizer que talvez tenha sido o estado que teve maior ganho, entre todos do país, naquele momento de ditadura.  

Fonte: Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.b

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