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Gasoduto e ferrovia juntos

Gasoduto e ferrovia juntos

04/10/2018 - 15:27

     O gasoduto que transporta o gás natural da Bolívia para Cuiabá pode ser totalmente bloqueado. Tem um imbróglio jurídico no meio. A empresa concessionária, que controla também a termoelétrica, pertence ao grupo J&F dos irmãos Batistas que estão encrencados juridicamente.

     Como foi detectada corrupção nos atos da empresa, a Petrobras, que detém o contrato do gás com a Bolívia, interrompeu a entrega do produto aqui. Mesmo a empresa submetendo-se ao acordo de leniência, onde diz que não vai mais fazer corrupção, o gás não vem.

     A empresa fala em incinerar cinco milhões de m3 de gás que está na tubulação. Essa quantia daria para dois anos de consumo local que hoje está em míseros 100 mil m3 por mês. Frente à situação, a Fiemt e outras entidades afirmam que vão à Justiça para tentar resolver esse assunto.

     Conto rapidamente esses fatos para enveredar em outra pauta sobre esse tema. A empresa que controla a termelétrica só se interessa pelo gás para tocar aquela usina. Não há interesse em vender gás para a indústria e outros setores.

     Hoje apenas cinco indústrias em Cuiabá usam gás como energia. Poderia ser mais de 100 e usar três milhões de m3 por mês. Mato Grosso do Sul usa 20 milhões de m3 por mês, principalmente com a indústria. Dá até inveja.

     Esse assunto do gasoduto deveria ser uma das principais pautas do estado e não se ouvia nada ou ninguém falando sobre isso. A coisa esquentou um pouquinho agora por se falar em queimar gás e parar com tudo. Não se ouviu um simples debate na campanha eleitoral sobre isso também.

     A coluna ousa propor que o assunto do gás para indústria deveria andar juntinho com a vinda da ferrovia de Rondonópolis para Cuiabá. Aqui não tem grãos, ela serviria para levar produtos de uma agroindústria. Agroindústria precisa de energia barata e temos um gasoduto no quintal.

     Cuiabá teria a ferrovia, mais o gás e tem ainda a mão de obra para uma industrialização. Terá também o Parque Tecnológico e o Centro de Engenharia e Inovação da UFMT em Várzea Grande. Acrescente-se a isso os formados no Senai inaugurado ali no Porto.

     Juntando esse tripé: ferrovia, indústria tocada a gás e mão de obra daria para sonhar que a região poderia ser industrializar mesmo.

     Dói constatar que assunto desse porte não merece fala mais contundente dos que moram aqui. Esqueçam da classe politica, ela virá quando perceber que o assunto dá votos. Antes disso é besteira.

     Temos que fazer um trabalho conjunto com os bolivianos. Tê-los com a gente para pressionar Brasília ou o que for. Temos que criar um pacote de ações conjuntas: gás, ureia, usar mesmo o trecho da hidrovia Paraguai-Paraná da Bolívia para Cáceres, asfalto e conexão aérea para Santa Cruz.

     E até mesmo, como os bolivianos propuseram recentemente, tê-los como sócios na termelétrica, se eles garantirem a vinda firme de gás para a usina e a indústria. Nós dependemos mais dos bolivianos do que eles de nós.

Fonte: Alfredo da Mota Menezes e-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.com

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